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Os Jornalistas

by Nosso Querido Figueiredo

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1.
se você busca alguém pra curar suas feridas melhor chamar a enfermeira eu tenho um furo de bala no peito e nem por isso fui parar na emergência na santa casa eles têm um cara que cuida dessa gente marginais e indigentes procurando solução para sair dessa história tem que dar explicação tô morto e tô fodido dentro de um caminhão tão pérfido e fedido abandonado na prisão eu vou tomar um zepelim para chegar a berlim conhecimento não exploração sim prefiro o charme chulo das garotas de vestido um dente a menos na boca podre e uma lágrima tatuada na bochecha o rock n roll já morreu quem manda agora sou eu e eu não quero ver ninguém chorar a morte da bezerra o leite derramou em budapeste eu sou o chico buarque do século vinte e um não vai restar ninguém para contar minha história os meus amigos pensam que eu sou tão livre e tão certo mas eles não sabem que eu levo uma vida louca por baixo das cobertas e os jornalistas são criaturas de deus
2.
caído na sarjeta deitado no sofá eu não tenho mais jeito de me levantar jogado no banheiro de volta pro chuveiro não tenho mais dinheiro e não vou voltar mas eles dizem que eu sou o grande homem do ano mal sabem eles que estou me causando mais danos saí do hospital na condicional não me leve a mal mas eu vou escapar o guarda me carrega minha fé ainda é cega não me mande a merda que eu vou até lá mas eles dizem que eu sou o grande homem do ano mal sabem eles que estou me causando mais danos eu quero cocaína eu quero uma menina eu quero um copo d'água para me hidratar eu tenho cinco dedos eu tenho alguns segredos eu tenho um serrote um ancinho e uma pá mas eles dizem que eu sou o grande homem do ano mal sabem eles que estou me causando mais danos
3.
eu sei que você vai até sentir o meu pulmão direito eu sei que você vai até arrancar meu esqueleto mas nessas horas em que tudo dá errado eu vou embora vou fazer compras no mercado mas nessas horas em que tudo explode e vai arder eu vou embora eu vou pra casa para ver tv eu sei que você vai sentir o meu pulmão ardendo em febre eu sei que você vai sentir -se mais veloz que uma lebre mas nessas horas em que tudo fica preto eu vou embora arrancar meu esqueleto mas nessas horas em que o futuro escurece eu vou embora vou fazer mais uma prece
4.
aquela sensação de quando se caiu e depois acordou suado e com frio aquela sensação de quando eu chorei e depois eu não sei levei a tua mão aquela sensação de quando acabou fui embora eternamente e você não notou aquela sensação aquela sensação aquela sensação de quando não restou nem para a história um pedaço de chão um pedaço de glória a minha sensação de não te ver mais chorar pra todo o sempre alimentar os jornais aquela sensação de quando aconteceu eu era você e você era eu aquela sensação do fim despertador a terra e o grão e o seu criador aquela sensação aquela sensação
5.
ela pensou que ia largar aquele cara e nunca mais apareceu na sua frente tomou um comprimido um copo d'água e caminhou tão livre independente ela pensou que ia largar aquele jeito e nunca mais roeu as unhas de ansiedade tomou uma direção e aí bem feito caminhou pelas ruas da cidade veja bem como é que é ninguém aguenta ser você ela pensou que ia largar sua carreira e nunca mais entrou na casa dos atores tomou um gole de whiskey uma cerveja e rezou para a senhora das dores ela pensou que ia largar a faculdade e nunca mais encostou em seu caderno tomou chá de sumiço e de vaidade se revoltou num dia de inverno veja bem como é que é ninguém aguenta ser você
6.
não tenho mais a pretensão de ser um bom rapaz eu tenho tudo eu tenho nada eu tenho o vão eu tenho a escada eu tenho ouro eu tenho prata tenho besouro tenho barata mas se você quer me ver em ação faço de tudo até insisto traga um prato quente e um suco misto a hora é agora a hora é agora
7.
8.
aos trinta e poucos anos ele se matou eu sei deixou uns poucos planos um filho e mais ninguém flores no caminho flores no destino flores no canto do banheiro masculino uma casa e dois quartos de uma pizza portuguesa uma vida e mais nada levada além da natureza eu nunca fui assim eu não seria assim eu não serei assim também foi no inverno no corredor no meu caderno desenhos de uma flor a hora era essa de me deixar aqui? não quero essa pressa não quero mais sentir o que eu sinto agora esa lágrima que não cai eu nunca fui assim eu não seria assim eu não serei assim também
9.
não posso negar eu agora estou bem sozinho no bar completamente sem ninguém lembrando de tudo o que atravessamos e juntos chegamos ao fundo do poço com a nossa própria pá com o rabo entre as pernas sofrendo chorando e rindo um prazer estranho e ao mesmo tempo bem-vindo as agulhas se infiltram na minha veia e tudo ficou para terça-feira como se eu não pudesse voltar como se eu não pudesse entregar o último sinal que sacada genial você me deixar na mão acende um cigarro e tenta voltar ao tempo onde dava pra mudar de posição de localização de magia e de sedução crava as unhas na minha pele e me serve de sobremesa a esse banquete suculento tão frio tão nojento e cheio de larvas no armário na porta você estava correndo gritando feito louca bobagem sacanagem mandei uma carta ao presidente reclamando da sua insolência da sua ausência eu disse vossa excelência preferia ser um defunto preferia ser um presunto para não ter que aguentar tanta água pra rolar tanto chão para pisar tanto queijo pra roer tanta coisa pra esquecer caminho no mundo com a tesoura sobre o ombro cada grito um assombro cada susto uma tensão de não saber o que é real e o que é imaginação aguento firme suo frio lambo os beiços e o bigode quem pode pode quem não pode se sacode virar mais um gole sem salvação jogado num canto na sarjeta numa caminhonete irreal enfeitada com bonecos de cera mandei tudo às favas hoje sangro a camiseta gotas jorram no sofá hoje não dá mais

credits

released December 16, 2012

Escrito e produzido por Nosso Querido Figueiredo.

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Nosso Querido Figueiredo Porto Alegre, Brazil

Figueiredo iniciou sua jornada em 2008. Desde então, gravou dezenas de álbuns caseiros.
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